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A vivência sexual de jovens mulheres: entre práticas de liberdade e normas de gênero
Fernanda Sardelich Nascimento, Rosineide de Lourdes Meira Cordeiro

Última alteração: 2015-02-13

Resumo


Neste trabalho, parte do doutorado em andamento, objetiva-se analisar relatos de jovens mulheres, estudantes de escola pública do Ensino Médio, sobre suas vivências sexuais. Compreendemos a sexualidade como uma construção, demarcada sócio-histórico-culturalmente, entrelaçada às relações de poder e saber (Foucault, 2006). A metodologia utilizada foi à observação participante, visando aproximação e inserção na rotina escolar das jovens, durante um período de três meses, e autorização delas para participar das conversas sobre sexualidade. As jovens assumiam diferentes posicionamentos quanto as suas vivências, algumas se posicionavam como as que “sarravam” e “transavam” com quem tivesse vontade, demonstrando “práticas de liberdade”, “condutas, comportamentos e reações pelas quais o sujeito se constitui a si mesmo” (Castro, 2009, p.247), falavam de preferências por relações sexuais permeadas por pancadas e se autodenominavam como “safadas”. Outras defendiam a vivência sexual apenas no namoro ou na “ficada séria”, demonstrando uma preocupação em ser “usada” pelo jovem, ou vista como “fácil”. Nesses casos, entendiam que mulheres devem ser difíceis para se valorizar, criticando as jovens que tem uma postura diferente, o que para elas, desvaloriza as mulheres reforçando para os jovens que todas são iguais. Há uma regulação da sexualidade a partir das normatizações de gênero naturalizando a compreensão de que a mulher não deve assumir uma postura de liberdade sexual. Busca-se pensar a sexualidade como direito que deve ser respeitado plenamente, compreendendo jovens como sujeitos de direitos, autônomas, e capazes de escolhas, e pensar seus modos de subjetivação a partir de suas vivências sexuais.

Palavras-chave


Sexualidade; gênero; práticas de liberdade

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