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Hormônios como actantes: leituras a partir da Teoria Ator-Rede
Juliana Vieira Sampaio, Benedito Medrado, Michael Ferreira Machado

Última alteração: 2015-02-13

Resumo


Esse trabalho decorre da pesquisa de Doutorado em Psicologia, esenvolvida no âmbito do Núcleo de Pesquisas em Gênero e Masculinidades (GEMA). Propomos discutir como a Teoria Ator-Rede (TAR) pode contribuir para os estudos de gênero, a partir do princípio de simetria generalizada, reconfigurando o estatuto das materialidades no campo de investigação das ciências humanas. Para a TAR, o objeto é inseparável do tecido social e suas etapas de produção, apropriação e difusão. Dessa forma, a história dos objetos é reveladora de toda uma rede de ações desencadeadas em/por vários tipos de atores que não só os humanos. Nesse sentido, propomos o estudo dos hormônios “sexuais” à luz da TAR, pois essas substâncias possuem materialidade, socialidade e estratégias de governamentalidade. O hormônio, em nossa sociedade, orientada pela perspectiva do dimorfismo sexual, constitui instrumento central no governo dos sujeitos, pois é um elemento que, articulado com outras materialidades, constrói corpos sexuados. Assim, entendemos os hormônios como produtos e produtores de práticas sociais. Eles são tanto elementos sintéticos fabricados pelas indústrias farmacêuticas como também produzem efeitos em consequência dos laços estabelecidos. Neste sentido, não nos interessa a materialidade da racionalidade médica que visa às transformações corporais produzidas pelos hormônios, mas sim como essas mudanças variam de acordo com as disputas de saber e poder presentes em determinado momento histórico e cultural. Essas leituras têm por base o pressuposto que o gênero se configura não apenas como um efeito performativo de humanos, mas também a partir de arranjos entre humanos e outros actantes.

Palavras-chave


Hormônios; Teoria Ator-Rede; Gênero

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