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O namoro de jovens rurais: entre normas e táticas de resistência.
Fernanda Sardelich Nascimento

Última alteração: 2015-02-20

Resumo


Este trabalho objetiva discutir intersecções entre gênero, juventude e contexto rural, no modo como as jovens vivenciam a sexualidade no namoro. O trabalho é um recorte da Tese de Doutorado, em andamento, sobre a “Sexualidade de jovens rurais e urbanos/as nas relações de namoro”. A pesquisa de campo na área rural ocorreu numa escola pública no interior do Estado de Pernambuco. Utilizou-se de observação participante e entrevistas individuais com as alunas. Observa-se que na área rural a sexualidade da jovem é controlada não apenas pelos pais ou responsáveis, mas pela comunidade, através da fofoca, das regras no namoro, e do controle dos espaços de circulação da jovem, a qual deve sempre estar acompanhada. O namoro traz significativas mudanças para a vida das jovens: nas relações com seus amigos, encontra menos; a família fica mais atenta a jovem e normatiza mais suas saídas; ela deve mudar sua conduta agindo forma mais “recatada”, em alguns momentos a jovem é impedida pela família dela ou da de seu namorado, principalmente quando há um compromisso (noivado) firmado, de sair. Porém o mesmo não é válido para o jovem que namora. A vivência sexual no namoro é permeada por medos (que a família descubra; ser abandonada pelo rapaz; engravidar; se arrepender), sentimentos de “amor”, “entrega” e para ocorrer é importante a existência de confiança na discrição do rapaz. Contudo apesar desses medos e controles, observa-se a vivência sexual no namoro demonstrando práticas de resistência e táticas por parte das jovens.

Palavras-chave


gênero; sexualidade; contexto rural

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