Última alteração: 2015-02-13
Resumo
Esta pesquisa foi baseada na minha dissertação de mestrado, foram investigadas as controvérsias relacionadas às questões religiosas suscitadas no debate da união estável e casamento entre pessoas do mesmo sexo no Brasil. Como abordagem teórico-metodológica, privilegiamos o referencial da Teoria Ator-Rede e da Cartografia das Controvérsias (LATOUR, 2000, 2005). Ao contrário do que possa parecer, o setor religioso não é homogêneo no que se refere ao “combate” da homossexualidade, apesar de a maioria das igrejas cristãs tradicionais não aceitar manifestações explícitas da homossexualidade. Estima-se que há cerca de 40 igrejas cristãs no Brasil com proposta inclusiva para a população LGBT.
O teólogo e historiador Márcio Retamero (2009) sugere que a Igreja Católica esqueceu seu passado seu passado de opressão e de perseguida, passou a ser perseguidora. É necessário relembrar este passado de luta contra o preconceito para que possam se posicionar a favor dos excluídos atualmente.
Logo, podemos perceber que o início de um movimento minoritário dentro deste grupo que ainda não obteve grande visibilidade. Entretanto, outra realidade é possível, é construída cotidianamente e depende das articulações feitas nas redes. A rede que se articula a favor de direitos para a população LGBT está vinculada a outras redes onde são disputados avanços e retrocessos relacionados aos direitos sexuais. Como diz Brunos Latour (2012, p.101), nenhuma coalização é sólida o suficiente para não ser engolfada por outra ainda maior. Desta maneira, é necessária uma mobiilzação incessante por parte dos atores favoráveis aos direitos para a população LGBT.