Última alteração: 2015-02-13
Resumo
A edição no. 1377, de abril de 2013, marca o início de uma nova fase editorial da Placar. Neste trabalho, debruçamos sobre as 12 primeiras edições dessa nova fase, investigando a produtividade da revista na construção de um discurso sobre a mulher no futebol.
Para isso, aproximamo-nos dos Estudos Culturais pós-estruturalistas. Optamos por esse referencial por ele fornecer instrumentos que permitam reconhecer o caráter pedagógico da revista. Isso implica compreender que a forma como ela veicula suas informações e conhecimentos, o modo como organiza as narrativas, o que valoriza ou ignora, “ensina” sobre o esporte, institui uma forma de conhecê-lo e vivenciá-lo.
A análise das revistas nos indica que, no que diz respeito à representação da mulher no futebol, nada mudou. A presença feminina no futebol continua marginal, quase invisível.
Referências às mulheres são raras, quase sempre em uma situação específica: como esposa, namorada ou affaire. Nesse caso, ou se exalta o companheirismo que há entre os casais, ou a mulher é apresentada como uma façanha, uma conquista do atleta.
A prática do futebol por mulheres só aparece uma vez. Mesmo assim, trata-se de um ensaio fotográfico onde garotas disputam uma partida de “altinha”. Neste caso, a prática do jogo parece ser um mero pretexto para exibir os corpos das jogadoras.
Concluímos que ao ignorar a presença feminina, a revista contribui para que o futebol seja tratado como um assunto exclusivamente masculino.
Palavras-chaves: Gênero, mídia, estudos culturais.