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Controle dos corpos na/pela Saúde: desafios para atenção integral aos homens que tem problemas com os usos drogas
Maristela de Melo Moraes

Última alteração: 2015-02-13

Resumo


A partir de uma perspectiva de gênero como estruturante das relações de poder (Scott, 1990), dialogada com uma perspectiva discursiva construcionista (Ibáñez, 1979 y 1994; Iñiguez, 2006) e com algumas críticas feministas à produção de conhecimento (Harding, 1986; Haraway, 1995; Butler, 2004), propomos o presente trabalho com o objetivo de apresentar uma discussão sobre a autoridade e imposição de limites como parte do processo de atenção aos homens que usam drogas e necessitam de atenção especializada em saúde. Partes das produções discursivas analisadas no estudo doutoral promotor dessa reflexão expressam uma concepção dos usos de drogas como umcomportamento compulsivo, incontrolável e gerador de transgressões diversas. Por outra parte, os homens que consumem drogas também são considerados agressivos e violentos, comportamentos que são vistos como ampliados pelos usos de drogas, dando ainda mais força e legitimidade à imposição de limites como intervenção “terapêutica”. Neste sentido, a Saúde acaba sendo a via de domesticação e medicalização dos corpos dos homens, em um contexto em que o não cumprimento das regras impostas pelos serviços de saúde, por exemplo, acaba também sendo uma maneira de não deixar-se dominar, uma via de resistência ao controle e à normatização. A adoção da Redução de Danos como uma ética de cuidados em saúde pautada por uma visão múltipla e não polarizada de sujeitos, que permita performar gênero e compreender saúde de modos variados, parece ser uma importante estratégia de promoção da atenção integral em saúde no contexto dos problemas relacionados aos usos de drogas.

Palavras-chave


Gênero. Drogas. Redução de Danos. Homens. Masculinidades.

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