Última alteração: 2015-02-08
Resumo
Na Sociologia ainda são muitas as dificuldades teóricas em torno do tema gerações. Salvo as contribuições valiosas de Karl Mannheim, Attias-Donfut, Martin Kohli, Forachi, muitas são as lacunas em torno das concepções da categoria analítica geração. É preciso ressaltar que esse problema, aparentemente, tem uma dimensão menor quando se trata em se estabelecer uma distinção entre geração social e geração familiar, visto que ambas são facilmente diferenciadas quanto ao aspecto conceitual e mesmo estrutural. Por outro lado, quando se trata em analisar as relações geracionais, tanto no âmbito público quanto privado, muitos são os impasses, haja vista a ambivalência, os mitos e falácias que giram em torno da solidariedade geracional. Este escrito tem por objetivo problematizar questões de fundo em torno das relações geracionais, dando ênfase para a temática das transmissões geracionais no contexto familiar e social, a partir de uma revisão de literatura de âmbito nacional e internacional. Para tanto, recorremos ao procedimento metodológico da pesquisa bibliográfica e online sobre as discussões sociológicas mais clássicas e mais recentes quanto à categoria família e geração, não deixando de lado as categorias gênero, classe social e raça/etnia. Foi possível observar que muitas são as ambivalências que imperam no contexto das relações geracionais, seja ela privada ou pública. Todavia, os alarmes demográficos, as mudanças ocorridas na família e os diversos arranjos familiares, as mudanças estruturais acabaram por (re)despertar o interesse pela temática, agora “carregada” por mitos e medos contemporâneos, a saber: crise, guerra entre as gerações, falência do sistema de aposentadoria.