O ensaio literário-filosófico e as perspectivas de gênero resultam de um processo de reflexão no romance “Nove Noites”. O autor narra a história de um jovem antropólogo americano de classe média alta que vive conflitos existenciais intensos de ordem familiar e afetiva. O objetivo deste estudo é refletir sobre o olhar multidisciplinar da literatura em questão, não apenas pelo viés literário, mas da construção das relações de gênero que permeiam toda a obra sob a visão do personagem Buell Quain. Nove Noites é uma mescla entre memória e ficção e as vozes que subsistem nos relatos são precárias, incertas e fragmentadas. Trata-se de uma realidade apoiada na ficção. Conclui-se que apesar dos conflitos amorosos ou conjugais parecerem não ter relevância no romance, a escrita do autor e a narrativa do personagem são marcadas pela objetividade, sem quaisquer derramamentos emotivos, sentimentais, mas a técnica é utilizada como uma espécie de subterfúgio das coisas do coração. O romance em si nos leva a adentrar pela subjetividade humana, numa viagem onde realidade e ficção se fundem naturalmente.