Neste texto pretendemos apresentar pesquisas desenvolvidas com moto-taxistas mulheres em algumas cidades do Amazonas e algumas cidades de Rondônia, com o propósito de discorrer sobre as questões de gênero evocadas na presença e/ou ausência de mulheres nessa profissão. Na pesquisa, foi possível encontrar cidades em que não havia uma porcentagem significativa de mulheres, menos de 1% entre xs moto-taxistas e outras em que as mulheres alcançavam quase 50% dxs moto-taxistas. Também foi possível encontrar diferentes mulheres exercendo essa profissão. Mulheres jovens, de meia-idade, casadas, viúvas, mães solteiras expressam a diversidade desse grupo. Algumas denotam o modelo da feminilidade em seus assessórios enquanto outras levam as pessoas questionarem as suas sexualidades. Para algumas a principal fonte de renda, para outras, um meio de completar a renda nas horas vagas. A trajetória das moto-taxistas, mesmo diversa, se insere num cenário comum do mundo do trabalho – a constante busca pelo emprego. A memória da inserção das mulheres nessa profissão nas diferentes cidades, resgatada por meio de atas da associação e entrevistas,  seguiu caminhos que ora semelhantes, ora distintos. Foram marcadas pela criação de novas associações, novos uniformes, embates políticos com a gestão municipal, disputas pela clientela, perseguições, preconceitos e lutas por direitos e novas legislações, como as cotas.