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Entre o risco e o prazer: o que dizem gestantes e seus médicos sobre sexualidade e práticas sexuais em gestações consideradas de risco?
Jéssica Ferreira

Última alteração: 2015-02-08

Resumo


Esta comunicação apresenta resultados parciais de uma pesquisa de mestrado em que a gestação é tratada sob a égide do binômio saúde-doença, tendo como objetivo principal debater os discursos médicos e de gestantes sobre sexualidade e práticas sexuais em gestações consideradas de risco. Pretendo problematizar os diferentes conceitos de sexualidade, práticas sexuais e risco em jogo a partir da interação médico-gestante e de como esses conceitos informam cada um dos sujeitos envolvidos. Este estudo visa ainda apontar questões sobre a visão de gestantes a respeito do saber médico-científico e de como a introdução da noção de risco gestacional interfere na trajetória sexual dessas mulheres. A pesquisa foi realizada através de técnicas qualitativas de trabalho de campo e entrevista, no ambulatório de pré-natal de uma maternidade pública na cidade de Salvador, BA. A categoria risco constantemente influencia as decisões de profissionais e mulheres na hora de escolher qual opção terapêutica seguir. No entanto, esse fenômeno gera problematizações e reações de profissionais e, principalmente de mulheres quanto à validade do saber e das prerrogativas médicas que tentam impor determinadas práticas de cuidados em detrimento de outras que também poderiam ser seguidas. Com isso, a relação médico-gestante tende a ser fragilizada, apontando uma tendência ao questionamento da autoridade médica e uma aparentemente baixa incorporação de práticas de medicalização por parte das gestantes, a despeito da noção de risco adotada pela instituição.


Palavras-chave


Relação médico-gestante. Sexualidade. Práticas sexuais. Risco gestacional.

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