A investigação e análise da participação de mulheres agricultoras no associativismo comunitário e na produção agrícola/agroecológica. Tem por objetivo maior identificar de que forma e em que medida o exercício de cargos e funções de direção, administração e gestão de recursos como executoras de projetos governamentais propicia processos de empoderamento dessas mulheres no espaço público e âmbito doméstico-familiar. Para tanto, foram registradas e analisadas as trajetórias e experiências de mulheres agricultoras familiares que participaram das ações desenvolvidas pelo Projeto Gente de Valor (PGV), da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública do Estado da Bahia, em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), em 34 municípios da região semiárida, entre 2007 e 2012. Os dados foram obtidos a partir de uma abordagem qualitativa, baseada em observações de campo, realização de dois grupos focais e registro de histórias de vida de 10 mulheres que estão à frente das associações, ou que participam ativamente dos grupos produtivos. Os resultados obtidos são indicativos de que as mulheres agricultoras se empoderaram, principalmente, ao nível do empoderamento individual, mas também ao nível organizacional. Concluímos que esses importantes avanços são maiores na perspectiva desenvolvimentista, a que se limita o Estado influenciado por organismos multilaterais financeiros. Porém, isto não impediu que algumas mulheres, tenham se empoderado também na perspectiva feminista.