O presente resumo é parte da reflexão que envolve a pesquisa de mestrado intitulada “Mulheres Chefes de Família em Cruz das Almas – BA: um Estudo Comparativo entre as Classes Popular e Média”, que está em curso e se utiliza do método qualitativo, através de observação participante, entrevistas semiestruturadas e em profundidade. A vida das mulheres chefes de família é geralmente marcada por um excesso de trabalho, que vai desde o trabalho doméstico não remunerado realizado em suas casas, até o trabalho voltado para a aquisição de renda, com a finalidade de sustentar suas famílias. Entre nossos objetivos está a discussão da desvalorização do trabalho doméstico que acarreta uma sobrecarga para as mulheres. Além disso, pretendemos mostrar as diferenças marcantes nas experiências das mulheres chefes de família, especialmente no que tange às suas identidades de classe e raça. As entrevistadas pertencentes às classes populares, de maioria negra, são as que mais se ocupam de inúmeras tarefas diárias, necessitando desenvolver atividades dentro de suas casas para a obtenção de renda, pois precisam também cuidar de seus filhos. Enquanto que a vida cotidiana das mulheres de classe média, de maioria branca, é facilitada na medida em que podem contar com a ajuda de empregadas domésticas e babás, o que demonstra um privilégio, tanto de classe, como de raça.