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Estilo Bofe: Ferramentas de produção de gênero e sexualidade em lésbicas e bissexuais
Gilberta Santos Soares, Cecília Maria Bacellar Sardenberg

Última alteração: 2015-02-13

Resumo


O artigo discute expressões de identidades de gênero através das experiências de lésbicas e bissexuais, negras, de idades diferenciadas, de camadas de baixa renda no Nordeste do Brasil. A partir da perspectiva da ciência posicionada, o artigo socializa os desafios metodológicos para constituir o campo de pesquisa e as estratégias para desenvolver o estudo, considerando a invisibilidade e abjeção que circunda o tema e as inserções da pesquisadora. Adota como pressuposto as teorias de gênero e da sexualidade postuladas a partir da desconstrução das identidades fixas, da crítica ao binarismo e que considera a heteronormatividade como categoria de análise.A transgressão da relação obrigatória entre sexo, gênero e desejo sexual faz com que lésbicas e bissexuais enfrentem preconceito, discriminação e violência na medida em que subvertem as normas com diferentes estratégias de resistência. A metodologia de estudo foi qualitativa, de cunho etnográfico, combinando técnicas de observação participante e entrevistas em profundidade, a partir da convivência com integrantes de organização não governamental lésbica feminista de Natal/RN. A pesquisa apontou o uso de ferramentas como vestimentas, atitudes, trejeitos para a produção da masculinidade em mulheres lésbicas e bissexuais, auto denominadas como “bofe, sapatão, o cara”, combinando conduta masculina com corpo de mulher, sem referência a transexualidade. Os resultados são instigantes para a reflexão sobre a ampliação das expressões identitárias de gênero em imbricação com as identidades sexuais no campo dos direitos sexuais e dos estudos de gênero. A noção de mulheres masculinas contribui para o alargamento do debate no campo dos feminismos.


Palavras-chave


Lesbianidade, identidade de gênero, masculinidade

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