Esse trabalho apresenta parte dos resultados de pesquisa da dissertação de mestrado “A mulheres quilombolas na Paraíba: terra, trabalho e território” desenvolvida junto ao programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal da Paraíba, defendida no ano de 2013. Nesta investigação nossa preocupação é discutir a representatividade e os nomes e os significados do trabalho das mulheres quilombolas na Paraíba, utilizando como ferramentas metodológicas questionários e entrevistas abertas e estruturadas. A hierarquia social camponesa sustentada na autoridade paterna e na divisão sexual do trabalho dentro da família atribui ao trabalho feminino designações e/ou nomeações e significados diferenciados e, regra geral, inferiorizados em relação ao trabalho desempenhado pelo homem. Neste trabalho pretendemos compreender a partir desse debate a forma como as mulheres quilombolas estão inseridas no espaço agrário paraibano por meio da sua participação no trabalho familiar camponês, e na trama estabelecida pela divisão sexual do trabalho nas unidades familiares, bem como a forma como essas mulheres participam nas tomadas de decisões nas associações e nas comunidades em que vivem. Auxiliaram-nos nessa discussão autores como Saffioti (1976), Heredia (1979), Garcia Junior (1975), Woortmann, K. (1990), Woortmann, E. (1995), Carvalho (2005), Sabourin (2009), Hirata (2002), Paulilo (1987; 2004), Brumer (2004), Hirata e Kergoat (2007) e Tedeschi (2006; 2007; 2010; 2012).