Última alteração: 2015-02-07
Resumo
Nesse artigo tenho como objetivo refletir sobre os desafios postos para uma pedagoga na produção de conhecimento sobre sua própria atuação na perspectiva dos estudos de gênero e da crítica feminista à ciência. Essa reflexão desvela as assimetrias de gênero que experiencio no meu espaço de trabalho proporcionando um despertar para a questão da opressão/exploração das mulheres. Em especial, proponho-me a descrever as atividades cotidianas concernentes às atribuições do cargo que ocupo, identificando e analisando de que forma e em que medida se expressam as relações de poder no interior do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN. A partir da descrição e das implicações institucionais de atividades tais como o acompanhamento do desempenho das turmas e da aprendizagem dos estudantes, assessoramento aos docentes no processo de elaboração dos planos de aulas, dentre outras, explicito, na descrição dessas, como ocorre no interior da Instituição a hierarquização das ciências/saberes e como às mulheres pedagogas compete no trabalho, espaço do público, basicamente as mesmas tarefas tradicionalmente consideradas suas no mundo privado. Desvelo, portanto, a prática sexista institucional, refletindo sobre as possibilidades de superação da mesma e argumento, ‘que o gênero é mais pertinente exatamente onde parece menos relevante’.*