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As Beatas de Ibiapina: relações de gênero na administração das Casas de Caridade do Padre Ibiapina (Sertão-Norte do Brasil, 1860-1883)
Andréa Bandeira

Última alteração: 2015-02-13

Resumo


Entre os novos “fazeres históricos”, visitando a historiografia tradicional, há estudos preocupados em descortinar as relações de gênero e os efeitos que as diferenças entre homens e mulheres, culturalmente mantidas, têm causado no desenvolvimento material e imaterial, sociocultural e identitário, dos sexos, no entendimento de que este móvel primário é um importante reprodutor das relações de poder que gera desigualdades e sujeitos opostos: a Abordagem de Gênero. Assim, este trabalho pretende ampliar o conhecimento do papel social feminino nas décadas de sessenta-setenta do século XIX, no Sertão e no interior do Nordeste, utilizando como quadro histórico as Casas de Caridade, fundadas pelo Padre Ibiapina, onde encontraremos as mulheres sujeitas deste estudo. Mulheres que ocuparam um lugar de destaque ao lado do “Padre Santo”, influenciando comunidades e, na sua ausência, administrando espaços públicos. Mas que, na dinâmica do cotidiano, reproduziram as relações materiais e de poder patriarcais. Bem como notar que suas "ausências históricas", observadas no tolhimento dos seus nomes, estendem-se às suas características de raça/etnia, resultando numa hegemonia racial branca que é “inverdadeira”.

Palavras-chave


Gênero e Mulheres. Beatas de Ibiapina. Etnia-raça. Igreja e religiosidade. Sertão-norte do Brasil Império.

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