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REPRODUÇÃO MEDICALIZADA: UMA ANÁLISE DAS ARTICULAÇÕES DISCURSIVAS
Sheila Bezerra

Última alteração: 2015-03-18

Resumo


Pela possibilidade de maior controle sobre a decisão da maternidade, as Tecnologias de Reprodução Assistida (TRA) têm sido compreendidas por alguns segmentos sociais, a exemplo da corrente feminista liberal, como recurso que amplia a esfera dos Direitos Reprodutivos (DR) das mulheres e, consequentemente, como aliadas na reafirmação de valores sociais defendidos pelo movimento feminista, em que às mulheres estaria reservado o direito de determinar sua identidade sexual e controlar seu próprio corpo. Em torno dessas e de outras questões, têm se erigido controvérsias apontadas eminentemente pela corrente feminista radical. Diante dos diversos posicionamentos, a pesquisa se debruçou na análise das forças que disputam a hegemonia em torno do significado das TRA tendo por referencial empírico a Fertilização in Vitro (FIV). Os desdobramentos estiveram na identificação das regularidades e dispersões discursivas em torno do significado do sacrifício e do sofrimento como construtos de feminilidade e reprodução no contexto da medicalização da reprodução e, ainda, na análise de como a articulação entre Estado, Ciência Médica e Mercado têm repercutido nos discursos que as mulheres produzem acerca de si mesmas e de suas experiências pessoais ao buscar a FIV. A partir das análises, a principal inferência da tese foi que as fissuras ou dispersões provocadas pelos elementos apontados, acima de tudo, pelas feministas radicais, não têm ameaçado a hegemonia da maternidade biológica.

 


Palavras-chave


Reprodução, Tecnologias Reprodutivas, Fertilização in Vitro, Sacrifício, Feminilidade

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