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Violência Sexual Simbólica e o Processo de Pedofilização: o “Brega Funk” na Cena Pernambucana
Gisane Kelly Silva de Miranda Miranda, Anny Elly Inácia de Lima, Rosimere Pessoa de Souza, Vívian Matias dos Santos

Última alteração: 2015-02-08

Resumo


O presente trabalho tem como proposta discutir como se expressa a violência sexual simbólica, o processo de pedofilização, a que estão expostas as adolescentes “novinhas” nas canções de “Brega Funk” no Recife no período que compreende os anos 2006 a 2014. Para realização deste estudo utilizamos como referência empírica composições interpretadas por MCs que abordam de forma mais recorrente a temática da “novinha”, tais como os MCs Leozinho, Sheldon e Boco, Danilo Cometa e Léo da lagoa. As “novinhas”, como categoria nativa, emergem como adolescentes do sexo feminino concebidas nas canções como objetos de desejos sexuais dos homens. Vale considerar que o Brega funk insere-se culturalmente no Nordeste, uma região com peculiaridades patriarcais, machistas e heterossexistas, na qual se observa uma sociabilidade onde a figura feminina, frequentemente, aparece como um ser submisso e voltado para o atendimento da satisfação dos desejos masculinos. Nessas canções é recorrente a apologia a relações sexuais entre as adolescentes e homens adultos, o que, aparentemente, se caracteriza como uma violência sexual simbólica e pode culminar em um processo de pedofilização, visto que há o incentivo ao desejo (hetero)sexual por corpos femininos extremamente jovens. Com o intuito de atingir o objetivo do trabalho, realizamos pesquisa bibliográfica, documental, etnográfica e análise de discurso, para entender esse fenômeno que se expressa na realidade cotidiana, reproduzindo, legitimando e naturalizando tais práticas.

Palavras-chave


Gênero. Violência Simbólica. Pedofilização. “Brega Funk”

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