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A moda enquanto sistema de legitimação das dicotomias entre feminino e masculino.
Mariana Soares Pires Melo, Maria Medeiros, Hermano de França Rodrigues

Última alteração: 2015-02-13

Resumo


Partimos da ideia de que o corpo é de uma eloquência voraz, ele reflete o “andar” social, nos auxiliando, desde modo, na penetração dos costumes que nos compõem. Para tanto a roupa faz dele utensílio insubstituível na elucidação do que se deseja que o “outro veja”. É a partir de uma análise binária, estrita e geralmente rígida que merece ênfase a questão do feminino e do masculino na moda, enquanto elemento de legitimação de gênero. Lipovetski (2006) faz uma observação crucial para este estudo: a moda é essencialmente feminina. O luxo, a sedução, a frivolidade, as publicações, estão voltados ao feminino, as roupas são leves, em geral de cores mais delicadas, se valorizam as curvas e destaca-se a fluidez da modelagem e dos tecidos. Ao masculino fica relegada a austeridade, advinda do homem burguês, os cortes retos e o ar de seriedade das cores sóbrias, compondo-se assim outro universo alegórico (CRANE, 2006). A fim de compreender este sistema que explicita a violência simbólica, nos termos bourdieusianos, este trabalho tem como objetivo demonstrar como a moda, enquanto linguagem voltada para a manutenção dos status heteronormativos, é capaz de abarcar discursos das definições sociais de gênero, e em especial reproduzir o que é esperado enquanto correto e adequado ao social, legitimando e regulamentando as padronagens da sexualidade. Tal avaliação se dará através da análise das simbologias e dos valores transmitidos pelos fartos discursos visuais empregados na moda da sociedade ocidental.

Palavras chaves: gênero; moda; dicotomia; heteronormatividade.


Palavras-chave


gênero; moda; dicotomia; heteronormatividade

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