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Este trabalho pretende observar representações do feminino nos instrumentos de divulgação dos espetáculos de Brega recifense, tomando como referencial empírico cartazes de duas festas que ocorreram na cidade em 2013: a primeira situada em um bairro nobre; a segunda, em um bairro periférico. Os cartazes, enquanto meios de divulgação, estão inseridos na lógica da nossa sociedade sexista-heteronormativa e capitalista, visto que, ainda com distinções de classe, reafirmam a imagem das mulheres como mercadorias e atrativo sexual, enfatizando a erotização e fragmentação dos corpos. Assim, observam-se estratégias das casas noturnas, classificando as mulheres, desde a venda dos ingressos até as músicas tocadas, como objetos de desejo masculino e não como sujeitos, podendo, inclusive, legitimar os diversos tipos de violência: física, simbólica, psicológica, entre outras. Para a realização desse trabalho fizemos uso de pesquisa documental, tendo como fonte documentos escritos e visuais, pesquisa bibliográfica que traz como referências autores e autoras que tratam, dentre outros assuntos, da mídia musical no seio da indústria cultural e da violência, tendo como categoria analítica transversal o gênero, além da iconografia para uma melhor análise dos meios de divulgação supracitados. Tais recursos foram imprescindíveis para alcançar os resultados do presente trabalho: a compreensão da legitimação do sistema patriarcal através da mídias de divulgação dos espetáculos de música, através da fragmentação da mulher, posse do corpo feminino e erotização, buscando contribuir para futuras reflexões que tenham como objeto a influência da mídia, por meio desses recursos onde as mulheres são atrativos para o público masculino e heterossexual.

Divulgação; Gênero; Violência simbólica; Brega.