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Masculinidade e violência: formação da identidade masculina e compreensão da violência praticada pelo homem.
José Remon Tavares da Silva

Última alteração: 2015-02-13

Resumo


O texto procura abordar a relação existente entre violência e a formação da identidade masculina: a masculinidade como incorporação da violência e a violência enquanto manifestação da masculinidade. O objetivo é, por um lado, elaborar um esquema compreensivo das condições e processos da incorporação da violência pelo homem – que envolve, não apenas as relações entre homens e mulheres, mas também as relações entre os homens –; e, por outro lado, discutir as modalidades de violência consideradas como produtos da formação da masculinidade. As diversas manifestações de violência são descritas partindo de seus elementos motivadores, baseados no papel social atribuído aos homens na sociedade patriarcal. Fica evidenciado que constituem formas de violência que comunicam motivações patriarcais de controle sobre as mulheres, de reafirmação da superioridade do homem e da virilidade: a vingança; a busca e manutenção do prestígio; a defesa honra; demonstrações de coragem; a preponderância sexual; o heterossexismo; o exercício da prerrogativa compulsória de chefia e mando; e ambição, avidez ou cobiça material. Essas manifestações, cujos sentidos ficarão explicitados, trazem consigo outros significados mais profundos, associados a manutenção do poder do homem. Evidentemente, essa classificação não esclarece todas as formas de violência, contudo oferece um quadro abrangente das formas de violência cujo fundamento é a manutenção do poder masculino na sociedade frente às mulheres e outros grupos de homens, sejam eles cúmplices, subordinados ou marginalizados.


Palavras-chave


Gênero. Homens. Masculinidades. Violência. Patriarcado.

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