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MULHERES JOVENS E SUAS VIVÊNCIAS COM O USO DE ÁLCOOL NO CONTEXTO DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS
Roseane Amorim da Silva, Jaileila de Araújo Menezes

Última alteração: 2015-02-13

Resumo


Este estudo faz parte de uma pesquisa realizada para fins de dissertação de mestrado no Programa de Psicologia da UFPE.  Buscamos conhecer os significados do uso de álcool entre os/as jovens quilombolas (18 a 24 anos) de duas comunidades, Castainho e Estivas, localizadas em Garanhuns/PE. Aqui abordaremos as questões relacionadas ao uso de álcool pelas jovens. A pesquisa é de inspiração feminista e foi desenvolvida em três momentos: no primeiro, observação participante nas comunidades; no segundo, realizamos entrevistas semiestruturadas, e no terceiro, os dados construídos foram analisados a partir da análise do discurso e da interseccionalidade de gênero, classe social e raça/etnia (CRENSHAW, 2002). Nas comunidades quilombolas muitas jovens fazem uso de álcool, os motivos são diversos. As mulheres que frequentam os bares são “mal faladas”, consideradas “piriguetes”, algumas sofrem violência física em espaços públicos por fazerem uso de álcool em lugares que os companheiros não consideram adequados. Outras explicam a violência doméstica sofrida, através do uso de álcool feito pelo companheiro. Percebemos que a condição de gênero, classe e raça/etnia produzem efeitos nas vivências das mulheres, que tanto contribuem para que elas façam uso de álcool no intuito de lidar com as dificuldades cotidianas, quanto dificultando que essas tenham acesso a ajuda e modifiquem a situação que se encontram. A condição de mulheres quilombolas faz com que não recebam o devido atendimento/tratamento, por exemplo, quando denunciam as situações de agressão. Há um olhar que estigmatiza as quilombolas e que reitera a situação de subalternização das moradoras dessas comunidades.


Palavras-chave


Gênero. Raça-etnia. Classe social. Jovens quilombolas. Uso de álcool.

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