Última alteração: 2015-02-08
Resumo
Este artigo possibilita pensar a emergência e a produtividade do conceito de interseccionalidade para a problematização dos processos de subjetivação gênero-geração, neste caso travestilidade e envelhecimento. Os pressupostos teórico-metodológicos situam-se em perspectiva discursivo-desconstrucionista, recorrendo aos estudos pós-estruturalistas de base foucaultiana e teorizações queer. Procedemos neste trabalho numa cartografia das condições de possibilidade e emergência do conceito e arriscamos apontar algo de sua produtividade para tal discussão. Para tanto, fez uso do Banco de Dados Periódicos da CAPES, priorizando artigos científicos em português e espanhol, publicados nos últimos 10 anos e utilizando-se como descritor de busca interseccionalidade. Constituindo como campo de analise o universo de 24 produções que foram desmembrados em tabelas e analisadas de forma a possibilitar a compreensão dos elementos constituintes entre eles destaca-se os pressupostos teóricos-metodologicos e o conceito de interseccionalidade utilizados por tais autores.Tal empreitada levou-nos a concluir parcialmente que discutir interseccionalidade é adentrar em universo ainda em construção, pelo menos conceitualmente, pensado inicialmente apenas em relação as questões étnico-raciais, evidencia-se também que a intersecção com gênero e outros elementos sendo ainda incipiente os aspectos que envolvem geração. Fazendo-nos perceber que tais elementos podem ser visualizados como fundantes das relações sociais e da constituição da subjetividade. A intersecção gênero-geração proporciona uma maior compreensão acerca das relações de poder construídas e (re)produzidas na sociedade, tal como possibilita refletir sobre as (trans)formações ocorridas no curso da vida e as novas formas de envelhecimento no contexto das travestilidades.