Apresenta a “memória fonográfica” sob a forma dos temas emergentes da produção musical de Dolores Duran como agente de tutela da informação da memória sociocultural do país na década de 1950. Assim, a pesquisa em questão aponta a sensibilidade emergente da produção musical de Dolores Duran, focalizando as experiências multifacetadas e transitoriais no contexto da boemia em Copacabana nos anos 40 e 50 do século XX. O estudo apresentado foi dividido em três etapas para facilitar a compreensão e análise das macroestruturas, que emergem do discurso (letras das músicas) da obra fonográfica da artista. Assim, as etapas compreendem uma cartografia da produção de Dolores Duran no período de 1951 à 1959, limitando o corpus da pesquisa às músicas gravadas no idioma português, uma vez que a cantora regravou alguns sucessos internacionais da época. Concluí-se destacando a capacidade dessa narrativa em conectar dimensões temporais diversas e em criar uma “memória fonográfica” sobre o contexto sociocultural em que a mesma foi produzida destacando o complexo cenário de interseccionalidade de gênero e raça presente no período e ambiente analisado.