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Guiando-nos pelos estudos Queer, pretendemos, neste artigo, identificar os marcadores de gênero que definem, no romance Memorial de Aires, de Machado de Assis, o posicionamento e a caracterização das personagens femininas. As nuances do movimento realista não foram capazes de suplantar as ideologias discriminatórias que, desde épocas longínquas, subalternizam e esfacelam o corpo e a identidade de inocentes e incontáveis mulheres. O drama e as experiências vividos por Rita, Fidélia e D. Carmo, no texto machadiano, colocam-nos diante de um processo cultural perverso, suscetível de promover diásporas entre seres humanos. Nosso arcabouço teórico compreende as teorizações de Michel Foucault, em sua História da Sexualidade (2011) e os estudos de Judith Butler (2010) sobre feminismo e transgressão da ordem sexual.

Gênero. Literatura. Feminino