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Cores e rimas dos tensionamentos de gênero no movimento hip hop
Jaileila Araújo Menezes, Renata Paula Santos Moura, Maria Luiza Souza Silva

Última alteração: 2015-02-13

Resumo


O presente trabalho objetiva refletir sobre as especificidades das produções artísticas de/sobre jovens mulheres no contexto do movimento hip hop, particularmente nas expressões relacionadas às artes plásticas visuais (grafite) e na poesia rimada (rap). Consideramos a centralidade da categoria analítica gênero como campo de relações que evidencia hierarquias e assimetrias (SCOTT, 1995), em um cenário de produção artística predominantemente masculina e fortemente influenciado pelos signos de uma cultura machista. A pesquisa seguiu uma inspiração feminista, pautada nos pressupostos de produção de conhecimento posicionado, critico e reflexivo. Utilizou como método o mapeamento dos lugares de produção/apresentação cultural, observação participante, entrevistas, análise pictórica dos grafites e análise crítica do discurso das letras de rap. Sobre as dificuldades encontradas na prática do grafite, encontramos a forte presença do sistema prescritivo de gênero/sexualidade e seus impactos na circulação das mulheres no espaço público; e a ruptura operada pelos dispositivos casamento/maternidade na identidade de produtoras culturais das jovens. Em relação ao elemento rap, apesar de uma participação crescente no estilo cancionado/gravado, é praticamente inexistente a inserção das mulheres em batalhas que exigem o modo freestyle, pois são desqualificadas e vistas como inaptas, frágeis e delicadas para o exercício desse estilo. Os mais recorrentes posicionamentos das mulheres no âmbito das relações de gênero no hip hop são: 1) a reprodução da cultura machista; 2) a produção de leituras críticas acerca das desigualdades que vivenciam; 3) a construção de práticas de transformação, ainda que incipientes, da cultura machista.


Palavras-chave


artes. gênero. hip hop. produção cultural

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