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“Nós gosta de novinha” Representações do feminino e violência simbólica contra as mulheres no bregafunk recifense: um olhar sobre a composição dos MCs Sheldon e Boco.
Mariana De Oliveira Santos, Mariana Gonçalves Cursino, Vivian Matias Dos Santos

Última alteração: 2015-02-13

Resumo


O presente trabalho pretende observar as representações do feminino e violência simbólica no cenário bregafunk recifense, tomando como referencial a canção “Nois gosta de novinha”, cantada pelos MCs Sheldon e Boco. Essa composição reflete o contexto de opressão e discriminação vivenciado pelas mulheres, e o que se entende como feminino, que são colocadas, principalmente em nossa sociedade nordestina patriarcal, em posições de inferioridade e submissão. Aqui, a mídia musical é compreendida como algo que constrói e ao mesmo tempo é construída, por hábitos e formas de viver e expressar-se no mundo, podendo contribuir para a reprodução de discursos opressores, reafirmando a violência simbólica. Para a realização desse trabalho fizemos uso de pesquisa documental, tendo como fonte documentos escritos e audiovisuais, além da pesquisa bibliográfica trazendo como referências autores e autoras que tratam, dentre outros assuntos, da mídia musical no seio da indústria cultural e da violência, tendo como categoria analítica transversal o gênero. Tais recursos analíticos foram imprescindíveis para alcançar os resultados do presente trabalho: apontar o processo de reitificação do feminino nessas composições, observar a reprodução do sistema patriarcal, além de compreender a lógica da erotização (inclusive num contexto de pedofilização) e posse do corpo feminino tão cantada nas músicas de MC Sheldon e Boco, buscando contribuir para futuras reflexões que tenham como objeto o modo como tais discursos e práticas discriminatórias do cenário bregafunk reproduzem-se e são assimiladas pela sociedade pernambucana, sobretudo, pela população recifense que convive, diariamente, com essas canções tão polêmicas e famosas na cidade.


Palavras-chave


Gênero; Violência de Gênero; Violência Simbólica; Bregafunk.

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