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(IM)PREVISIBILIDADES DA ESCRITA FEMININA: LINHAS FORASTEIRAS DO DESEJO
Mariana Melo, Maria do Socorro da Silva Medeiros, Hermano de França Rodrigues

Última alteração: 2015-02-13

Resumo


A fragilidade de nossa cultura nos impõe uma fala silenciosa e sussurrante, quando estão, em cena, assuntos considerados tabus, proibidos. Fomos (e ainda somos) educados(as) para atuarmos numa sociedade falocêntrica e heteronormativa, cujos funcionamentos ideológicos patologizam o diferente, cerceando seu corpo e seus discursos. Nesse contexto opressor, destaca-se a homossexualidade feminina, esquecida e negligenciada há séculos. Ela ocupa, furtivamente, os espaços públicos e privados, familiares e estrangeiros. A mulher lésbica não se identifica com as imagens deturpadas do “feminino”, pois rompe com os padrões conservadores de gênero, posicionando-se num desconfortável entre-lugar. Aí, nesse locus, sua identidade é alvo de distorções e preconceitos. Cientes de que a literatura é um instrumento de reflexão e de mudança social, que mimetiza os conflitos humanos, debruçamo-nos sobre o conto Tigrela, de Lygia Fagundes Telles, com o propósito de analisar os conceitos que, na narrativa, compõem a construção da lesbianidade. Para tanto, recorremos aos Estudos Queer e à Semiótica Discursiva, em especial, os trabalhos de Judith Butler e Cidmar Pais. O texto lyginiano consegue se distanciar dos estereótipos e, por conseguinte, recepcionar, com sensibilidade, a homossexualidade feminina, revelando-a a partir de suas múltiplas formas e nuances.


Palavras-chave


Literatura; Lygia Fagundes Telles; Homoafetividade

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