Última alteração: 2015-02-13
Resumo
Neste trabalho analiso dois filmes da década de setenta, Wanda (1970), dirigido Barbara Loden e Alice não mora mais aqui (1974), dirigido por Martin Scorsese. Em ambos os filmes, reflito sobre como se dava as relações e as representações de gênero no período, quais eram as formas de resistência ou de manutenção dos poderes na época, e qual seria a diferença entre um estilo de direção masculino e feminino para discutir a mulher e o homem.
Uso o cinema para esta análise com base na teoria sobre tecnologias de gênero, discutidas por Michael Foucault, e especificamente sobre cinema, Teresa de Lauretis e Laura Mulvey. Uso a definição de estratégia e tática de Michael Certeau, a discussão sobre poder travada por Michael Foucault.
Posso concluir que os filmes mostram a opressão que paira sobre mulher, mas também sobre o seu empoderamento, refletem a violência física e psicológica sofrida, discutem o papel esperado para mulheres e homens, e as formas, às vezes sutis de resistência aos poderes estabelecidos. Percebe-se que o filme dirigido por Loden, este debate é feito de forma mais caustica, ferina, não havendo espaço para o romance, apenas para sobrevivência. Scorsese suaviza o tom, e por imposição o estúdio coloca um romance com final feliz, mas sutilmente subverte este final para garantir o empoderamento da mulher.
Cinema. Representações de Gênero. Poder. Resistência.