Última alteração: 2014-09-15
Resumo
Introdução: O crack é uma “forma distinta de levar a molécula de cocaína ao cérebro”, atingindo-o rapidamente, produzindo efeito explosivo, sendo eliminado rapidamente pelo organismo, interrompendo a sensação de prazer, levando a dependência da droga. No Brasil, percebe-se que há um consumo bem menor do crack quando comparado a outras drogas, no entanto, encontra-se um consumo crescente em uma parcela especifica da população. O aumento de consumo de drogas no Brasil, especialmente o uso de crack, constitui como grande desafio para a saúde pública no que tange a implementação de políticas sobre o seu uso. A discussão acerca de uma política Nacional sobre Drogas vem ocorrendo desde os anos 80, mas sua realização se dá no ano de 2001, com a divulgação da Política Nacional Anti-drogas (PNAD). Há uma iminente necessidade de implementação de uma política de atenção ao uso de crack e outras drogas e uma resposta do governo e da sociedade na construção de um programa de intervenção que abarque a promoção da saúde, a conscientização e a informação, devido ao aumento das drogas e os problemas associados ao consumo da mesma, ocasionando problemas sociais com o uso do álcool e outras drogas. Objetivo:Analisar de forma exploratória a Política para atenção integral a usuários de álcool e outras drogas no município de Salvador, a partir de programas e serviços de saúde selecionados. Metodologia: Foi realizada revisão documental das Legislação e Políticas Públicas sobre Drogas no Brasil, onde analisamos a Política Nacional sobre drogas, a Lei nº 11.343/2006, o decreto nº 5.912/2006, a Lei nº 7.560/1986, a Lei nº 8.764/1993, a Lei nº 9.804/1999 e a medida provisória nº 2.216-37/2001. Foi usado entrevistas com informantes-chave (gestores, profissionais de saúde, pesquisadores, família) e foi feita a observação por meio de visitas técnicas nas unidades NEAD, CETAD, CAPS AD, CAPS, e exposições dialogadas como o NAR-ANON. Resultados: A abordagem psicossocial é eficiente no tratamento da dependência do crack. As abordagens terapêuticas devem incluir não apenas os aspectos médicos ou biológicos, mas devem ser valorizadas o contexto socioemocional dos indivíduos envolvidos. A vinculação do usuário com o serviço de saúde é de extrema importância para o tratamento, para a reinserção social e para prevenção do uso. Conclusão: Em nossa sociedade, o termo droga está normalmente atrelado à descrição de substâncias psicotivas ilegais e por conseqüência este conceito passou a gravitar na esfera da moralidade jurídico-policial. A droga sempre foi um conceito antes de tudo moral. Desta forma, concluímos que o termo “droga” implica numa representação moral da substância, sendo esta automaticamente transferida a seus usuários.