Última alteração: 2014-09-15
Resumo
A clínica é muito antiga na medicina, desde os tempos de Hipócrates. Ao longo do tempo as transformações que ocorreram na organização do saber médico, estão relacionadas à compreensão do processo saúde-doença. Apesar de todas as transformações que ocorreram com o advento da revolução técnico-científica na prática médica, entendendo que o processo saúde-doença é determinado por multifatores, seja eles sociais, educacionais ou políticos; as bases de poder das relações médicos-pacientes praticamente se mantiveram às mesmas. Um dos principais pilares dentro da prática clínica é a relação médico-paciente, e suas singularidades envolvidas. O encontro entre esses dois sujeitos, muitas vezes é marcado por culturas, saberes, e poderes diferentes. O médico mantém o paternalismo para fazer restaurar a saúde do individuo, muitas vezes extraindo toda sua subjetividade envolvida no processo saúde-doença. Para o autor George Ganguilhem é preciso parti do próprio, ser vivo para compreender o processo de vida. A clínica ampliada surge como uma estratégia de reformulação da tradicional clínica, onde o sujeito passa a ser o centro da prática médica. Para alcançar este objetivo, utiliza-se uma abordagem qualitativa, interpretativa e descritiva, a partir da análise epstemiológica, genealógica e arqueológica foucaultiana sobre a história da medicina e as relações de poder na prática clínica. Diante desse novo contexto da clínica reformulada e ampliada têm-se os questionamentos dos limites do saber biomédico, entendendo a necessidade de compartilhar os saberes e as responsabilidades, abordados por Gastão Wagner de Souza Campos. Para o autor é necessário ampliar o objeto de estudo na área da saúde. Um dos principais objetivos a serem galgados neste estudo é o fortalecimento da autonomia dos sujeitos que, é de fundamental importância não só para romper paradigmas, bem como para respeitar a autonomia dos indivíduos frente as suas necessidades singulares.