O internato de medicina social do curso de graduação em medicina da Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA tem como um dos objetivos o desenvolvimento do projeto de cooperação. Esta atividade proporciona a inserção dos acadêmicos no cotidiano da equipe de saúde da família, permitindo um maior reconhecimento da problematização da unidade e comunidade. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência da construção do projeto de cooperação pelos internos de medicina inseridos na Unidade de Saúde da Família Israel Moreira, no município de Lauro de Freitas, no período de janeiro a março de 2014. A proposta de atuação na Unidade fundamentou-se na identificação de problemas de saúde prevalentes na população atendida e que ainda não apresentasse um plano de ação definido. Após análise, optou-se, então, por trabalhar com as gestantes de risco para o Diabetes Mellitus Gestacional (DMG). As etapas de desenvolvimento do projeto basearam-se na identificação do problema; delineamento do plano de ação; trabalho em campo; ações educativas; e propostas de melhorias. Inicialmente, definiu-se o perfil do pré-natal realizado na Unidade e a partir dessa vivência foram executadas 3 ações programáticas. A primeira consistiu em uma atividade expositiva na secretaria municipal de saúde, no Grupo condutor da Rede Cegonha em Lauro de Freitas, onde o fluxo de atendimento às gestantes foi um dos pontos de discussão, sendo reconhecida pelos gestores a importância de melhorar aspectos relacionados ao manejo das gestantes no município, além de realizar pactuação de rede entre Lauro de Freitas e Salvador, onde se localizam as maternidades de referência estadual. A segunda foi uma atividade de educação em saúde com as gestantes da comunidade, visando orientar sobre a importância do autocuidado, DMG e cuidados pré-concepcionais. Por fim, realizou-se uma exposição direcionada aos profissionais, com o intuito de discutir melhorias na resolutividade e manejo das gestantes com glicemia alterada e DMG. O projeto de cooperação resultou em maior integração entre ensino, serviço, comunidade e gestão municipal; desenvolveu o senso crítico dos acadêmicos e profissionais quanto à gestão e administração de um problema identificado; levantou pontos de reflexão a cerca do papel de cada profissional para que o pré-natal seja realizado de forma adequada e eficiente; e alertou sobre a necessidade de determinação do fluxo de cuidado da linha materno-infantil, garantindo segurança e efetivação do atendimento.