##manager.scheduler.building##: Hotel Pestana Bahia
##manager.scheduler.room##: Miguel Torga
Data: 2014-09-13 04:10 – 05:30
Última alteração: 2014-09-09
Resumo
Uma parcela significativa da população não tem acesso a informações básicas de saúde, e em muitos casos os profissionais quando fazem atividades educativas às fazem na forma de palestra sem adequar a linguagem a realidade dos participantes o que dificulta o entendimento. Quando nos referimos a pessoas em sofrimento psíquico a situação é ainda mais complicada já que esses sofrem um grande estigma. Em um Centro de Atenção Psicossocial de um distrito sanitário na periferia de Salvador, com apenas 2 USF e 3 UBS, foram realizadas encontros semanais , no decorrer de cinco meses totalizando vinte rodas de conversa , com média de quinze pessoas usuários do CAPS e pessoas com sofrimento psíquico acompanhadas na atenção básica. Com a mediação de um enfermeiro residente multiprofissional em saúde mental, onde foram discutidos temas que foram levantados pelos próprios participantes, como tabagismo, alcoolismo, uso de outras drogas, câncer de mama, próstata e pênis, guarda responsável de animais e zoonoses, uso racional de medicamento, auto cuidado, hipertensão e diabetes, tuberculose, dengue dentre outras temáticas. O ponto de inicio das discussões sempre era o que os participantes sabiam sobre o assunto e de forma horizontal e participativa com o residente mediando o processo era construindo um conceito coletivo sobre a temática. Um grande desafio encontrado nos primeiros encontros foi o costume de não se expressar que os usuários adquiriram ao participar de atividades de educação em saúde aonde apenas os profissionais falam e eles quando muito podem perguntar além de se tratarem de uma parcela da população a qual não é dada credibilidade a suas falas devido a sua patologia. Entretanto após perceberem que poderiam e deveriam falar naquela e em outros espaços, os participantes passaram a ter participação ativa, trazendo matérias para fomenta às discussões. Essa atividade reverberou no comportamento dos participantes que passaram a dar mais opiniões e participar mais ativamente da construção do serviço de saúde e relataram que transmitiam as informações a outras pessoas de seu convívio agindo como multiplicadores do conhecimento. Foi possível perceber que as pessoas em sofrimento psíquico devem ser estimulas a construir emitir suas opiniões como forma de fortalecer sua cidadania, auto cuidado e como item no seu processo terapêutico.