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TRASNTORNOS MENTAIS COMUNS EM TRABALHADORES DO NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA
Danniela Britto de Carvalho

Última alteração: 2014-08-26

Resumo


A prevalência de transtornos mentais comuns entre trabalhadores tem variado de 18,7% a 43,3%, registrando-se freqüências mais elevadas no grupo da atenção básica à saúde. Conhecer os fatores relacionados ao trabalho que podem repercutir na saúde mental contribui para ações de intervenção para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores da saúde e na qualidade da assistência prestada, sendo assim, o objetivo deste trabalho é saber a prevalência de TMC entre os trabalhadores do Núcleo de Apoio à Saúde da Família para preveni-los e facilitar cada vez mais o trabalho destes profissionais tão importantes na Atenção Básica. Trata-se de um estudo de corte transversal, de característica exploratória. A população de estudo foi composta por 68 trabalhadores das oito equipes de NASF. Para cálculo amostral, considerou-se prevalência de 25% de transtornos mentais comuns nessa população, erro amostral de 3% e nível de confiança de 95% e acrescentou-se 20% para suprimir potenciais erros de preenchimento, recusas e perdas e aumentar o poder do estudo. A digitação foi feita com utilização de programa estatístico Epi-data versão 3.0 e analisados e processados no programa SPSS for Windows versão 17.0. Foi realizada análise descritiva do perfil dos trabalhadores através de medidas de freqüência absoluta e relativa e medidas de centralização e dispersão (média e desvio padrão), foi feita análise estratificada, bivariada e multivariada das variáveis avaliando a prevalência de transtornos mentais comuns e sua associação com as variáveis sociodemográficas, categorias profissionais, e relacionadas ao trabalho. Foram pesquisados 21 trabalhadores do NASF (3,9%) do total de trabalhadores entrevistados da atenção básica. A prevalência de TMC foi elevada para os trabalhadores do NASF, tanto quando avaliado por tipo de serviço (28,6%) (Gráfico 1), quanto por categoria profissional (outros profissionais de nível superior – 40%) (Gráfico 2), semelhante à prevalência encontrada em outros estudos com a Atenção Básica de Botucatu. Estudos referentes a esta população de trabalhador ainda são muito precários, mas alguns fatores podem ter colaborado na ocorrência de TMC, como a falta de um companheiro (a), o vínculo de trabalho tênue, salário insatisfatório, alta demanda e presença de outro vínculo.

Este estudo mostrou que a prevalência de TMC entre os trabalhadores do NASF foi mais elevada que em qualquer outro grupo da Atenção Básica, sinalizando que mais estudo são necessários para compreender as dificuldades de trabalho desta equipe e buscar instrumentos e estratégias para amenizá-los.