Em um contexto de transposição dos antigos modelos vigentes de expropriação do corpo e saúde do paciente, o acolhimento proporciona um momento de escuta atenta às demandas do paciente, colocando-o como sujeito ativo na produção do cuidado; o que contribui também para a construção de vínculo com o serviço e resolutividade do mesmo. Este trabalho relata a  experiência de um grupo de acolhimento no Centro de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas Gregório de Mattos, localizado no  Largo do Terreiro de Jesus, Salvador-Ba, um serviço docente assistencial, que realiza  ações diagnósticas, tratamento, prevenção de danos e promoção da saúde de pessoas que fazem uso prejudicial de substâncias psicoativas e seus familiares, seguindo a lógica da Redução de Danos.  Trata-se de um  momento de encontro grupal composto de usuários de substâncias psicoativas e/ou seus familiares/acompanhantes, estudantes e técnicos, no qual é realizada uma exposição dialogada sobre o serviço e seu funcionamento e são fomentadas discussões acerca do uso de drogas, redução de danos e autonomia dos pacientes. Um dos aspectos que marcam o grupo é a presença de familiares. Muitos deles chegam ao grupo repletos de dúvidas, medos, informações mistificadas sobre as drogas e desejo de saber como agir nessa situação. O grupo de acolhimento, dentro de sua capacidade, se propõe a acolher, educar quanto às substâncias psicoativas, informar sobre o funcionamento do serviço, orientar sobre a terapêutica e provocar reflexões acerca do seu papel, enquanto familiar, durante o tratamento do usuário. Ao final do encontro eles são dirigidos à matrícula no serviço, caso optem por realizar o tratamento na instituição. As principais ações desenvolvidas incluem: escuta qualificada do sujeito, troca de experiências e opiniões entre os participantes do grupo; apresentação do CAPSadGM, sua dinâmica de funcionamento, exposição de vídeos e dos serviços disponibilizados e a estratégia da Redução de Danos. Mais do que uma atividade de gestão, já que constitui um momento organização da demanda apresentada, o grupo de  acolhimento coletivo constitui-se em um espaço terapêutico. Os usuários, após escuta coletiva, se mostraram mais confiantes, interessados e fortalecidos diante dos problemas que os levaram a buscar tratamento no serviço.