Última alteração: 2014-08-22
Resumo
Introdução: um dos propósitos do PET-Saúde/Vigilância em saúde é vigilância/eliminação da sífilis congênita no DSSF. A Sífilis é uma doença infectocontagiosa, sendo sua forma congênita decorrente da infecção fetal via transplacentária. O diagnóstico baseia-se principalmente nas sorologias - testes treponêmicos (FTA-ABS e teste rápido) e não treponêmicos (VDRL). Apesar do diagnóstico e tratamento estarem disponíveis em unidades de saúde da família, a sífilis no DSSF constitui um problema de saúde pública, com incidência ainda bem acima da meta preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Objetivo: análise da incidência de sífilis congênita e em gestantes no DSSF entre 2008 e 2012. Metodologia: as incidências de sífilis em gestantes e de sífilis congênita (por cor, sexo e escolaridade da mãe), referentes ao período de 2008 à 2012 no DSSF, foram calculadas através de dados coletados no Sistema de Informação em Saúde (Sinan) e armazenados no software Microsoft Office Excel, para construção de tabelas e gráficos. Posteriormente, os indicadores foram analisados, baseando-se em revisão integrativa prévia sobre o tema. Resultados. Entre 2008 e 2012, observa-se aumento na incidência de sífilis em gestantes no DSSF - Distrito Sanitário do Subúrbio Ferroviário. A incidência de sífilis congênita, aumentou no período de 2008 a 2010 apresentando valores de 11, 8 e 15 casos identificados no DSSF, com uma média de 11,3 casos por ano. A partir de 2010, foram identificados 15 casos, aumentando para 48 casos de sífilis congênita em 2011 no DSSF, e 42 casos em 2012 (SINAN, 2013). Discussão: o diagnóstico em tempo hábil e tratamento correto impactariam em decréscimo de casos de sífilis congênita, o que não se observou neste estudo. A incidência de sífilis congênita no DSSF apresentou média bem distante da preconizada pelo OMS (menos de um caso por mil nascidos vivos). A elevação desse indicador sugere a existência de condições favoráveis à transmissão dessa doença e deficiências na atenção da saúde da mulher, especialmente no período do pré-natal, no qual as mulheres infectadas poderiam ser identificadas e tratadas adequadamente. Por outro lado, reflete a dificuldade em se tratar concomitantemente os parceiros, evitando a reinfecção da gestante e consequentemente a transmissão vertical. Conclusão: o diagnóstico precoce e tratamento adequado de gestantes e parceiros com sífilis é fundamental para prevenção de sua forma congênita. O aumento da incidência de sífilis em gestantes pode ser considerado consequência de melhor cobertura pré natal e também aumento de notificação. No entanto, o aumento da incidência de sífilis congênita nesse período aponta para falha na atenção pré natal, principalmente, referente ao tratamento.