O tabagismo é fator causal de aproximadamente 50 diferentes doenças incapacitantes e fatais. Além disso, ele é o responsável por 45% das mortes de infarto do miocárdio, 85% dos casos de enfisema pulmonar, 25% dos acidentes vasculares cerebrais e 30% das mortes por câncer, sendo que 90% dos casos de câncer de pulmão acontecem em fumantes. Também desencadeia e agrava doenças crônicas como hipertensão, diabetes e aumenta e risco de desenvolvimento de tuberculose (INCA, 2007). A abordagem aos fumantes é feita através do Grupo Terapêutico de Abordagem ao Fumante. As atividades são baseadas no Consenso de Abordagem e Tratamento do Fumante (Brasil, 2001) e do Programa Deixando de Fumar sem Mistério do Instituto Nacional do Câncer – INCA (Brasil, 2004). A ação foi realizada na Unidade de Saúde da Família (USF) da Urbis V e iniciada pela seleção dos fumantes que desejam participar do grupo. Esta identificação foi feita pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e através de anúncios afixados em locais de grande fluxo de moradores comunicando sobre o início do grupo. Foram realizadas entrevistas com os interessados em participar do grupo. O questionário utilizado foi disponibilizado pelo Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas (CAPS- AD) do município de Vitória da Conquista/BA, que forneceu também uma capacitação inicial, cartilhas para os participantes e os medicamentos do grupo. Em seguida, foi iniciado o grupo terapêutico, estruturado em 4 sessões: 1ª Sessão – Entender porque se fuma e como isso afeta a saúde; 2ª Sessão – Os primeiros dias sem fumar; 3ª Sessão – Como vencer os obstáculos para permanecer sem fumar e 4ª Sessão – Benefícios obtidos após parar de fumar. Em cada etapa participaram os profissionais da ESF (médica e enfermeira) e profissionais do NASF (farmacêutico, nutricionista, professor de educação física, psicólogo e fisioterapeuta) de forma integrada e com uma abordagem multidisciplinar dos temas propostos. Os acompanhamentos posteriores foram realizados em grupo e individual para dispensação dos medicamentos, dos adesivos e aconselhamento aos participantes. Como resultado, obteve-se mais efetividade das ações do grupo de tabagismo e maior integralidade das atividades executadas. Os dados categorizados demonstraram uma parada total do tabagismo em torno de 30-40%, além de uma redução por parte de alguns participantes que não conseguiram parar totalmente. Considerando-se tal análise, a forma de abordagem integrada proposta pela ESF e NASF foi de fundamental importância para os resultados.