Última alteração: 2014-08-29
Resumo
A Constituição Federal de 1988 estabelece a saúde como direito do cidadão e assume nova concepção para as ações de saúde, com enfoque na prevenção. Por isso, a Atenção Básica assume o papel de coordenar e interligar os outros pontos da rede de atenção à saúde¹. Dessa forma, é notória a necessidade de que a formação dos profissionais de saúde leve em conta todas as dimensões do indivíduo e das coletividades, estando atento ao processo saúde-doença². O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) foi instituído em 2008 pelos Ministérios da Saúde e da Educação no sentido de garantir a formação de profissionais com perfil para o SUS³. Baseia-se na articulação ensino-serviço-comunidade, sendo os graduandos precocemente inseridos nos serviços do SUS, sob supervisão direta de profissionais de saúde da Unidade (nível superior) e docentes, todos bolsistas ou voluntários. Estudantes de Medicina (UESB), Enfermagem, Nutrição, Psicologia e Farmácia (UFBA), desenvolvem atividades de extensão e pequisa4, em uma Unidade de Saúde da Família de um bairro suburbano de Vitória da Conquista. Há mais de um ano, por 12 horas semanais, são desenvolvidas diversas ações, no intuito de fortalecer a ESF por meio do ensino-serviço. Assim, realizamos acompanhamento de consultas e auxílio às atividades da equipe da ESF (médica e enfermeira) e do NASF (farmacêutico, nutricionista e psicóloga); realização de atividades e confecção de materiais educativos; reuniões de grupos temáticos, de equipe e do conselho de saúde; gerenciamento da unidade; visitas domiciliares; entre outros. Apesar disso, a precarização do processo de trabalho e da estrutura física da unidade dificulta as ações da equipe de saúde, reduzindo o potencial pedagógico do projeto. Entretanto, esta realidade não é incomum no país; por isso, ser precocemente inserido nela aumenta as chances de que tenhamos maior capacidade de enfrentá-la. As atividades acuraram os conhecimentos técnico-científicos aprendidos na graduação a partir da sua integração à vivência diária e a realidade local. Assim, somos constantemente estimulados a desenvolver habilidades e atitudes específicas que permitirá a adoção de um processo de trabalho que atenda à missão do SUS e as reais necessidades de saúde. Apesar disto, é necessário universalizar esses benefícios a todos os estudantes dos cursos de graduação em saúde, a partir da reorientação da sua formação e da adoção de projetos pedagógicos curriculares com ênfase na APS.