##manager.scheduler.building##: Hotel Pestana Bahia
##manager.scheduler.room##: Florbela Espanca
Data: 2014-09-12 02:00 – 03:20
Última alteração: 2014-09-16
Resumo
A partir do entendimento de saúde como um direito, surge a ideia de um sistema universal e público de saúde, que através do movimento da Reforma Sanitária culminou com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS aponta a atenção primária como uma proposta de reorientação da saúde, pautando uma assistência contínua e integral, focada na prevenção de doenças e promoção de saúde, tornando o sujeito ator nos processos de cuidado e determinação social do processo saúde-doença. Porém, esse modelo encontra muitos entraves para sua consolidação, um dos principais é a formação profissional, que tem sofrido profundas críticas para construção de novos currículos e sujeitos, com ênfase na formação generalista e humanizada, mas na prática ainda encontra-se tecnicista e especializada. Em 2012, alguns estudantes de Medicina da Universidade Federal da Bahia decidem criar uma estratégia para mudança desse cenário: a Liga de Atenção Primária à Saúde (LAPS). As ligas são entidades estudantis com a proposta de aprofundar os conhecimentos e práticas em temas específicos. A LAPS tem como um dos principais objetivos o debate sobre a Atenção Primária à Saúde, contudo difere da maioria das ligas, pois além das atividades acadêmicas se propõe a ações capazes de reorientar a Universidade, o SUS e a sociedade para uma nova forma de fazer saúde. Dentre as atividades destacam-se sessões de discussões semanais, dois simpósios (um sobre práticas integrativas e outro sobre complementares e imunizações) e práticas de Qi Gong (Medicina Tradicional Chinesa). Em processo de construção encontram-se estágios em CAPS e USF e a Semana de Imersão em APS, como estágio de vivência. Atualmente a liga é multiprofissional, não há processo seletivo, mas sim um momento de acolhimento de estudantes de saúde, de diversas faculdades e semestres, que desejem tornarem-se membros. Enfrentamos diversos desafios, o próprio tema não é incentivado entre os estudantes, as metodologias ativas de ensino-aprendizagem diferem do cotidiano do ensino tradicional e existe ainda a dificuldade de campo de prática devido ao vínculo precário da Universidade com a rede de atenção primária, que enfrenta muitos problemas. Iniciativas como a LAPS são impulsionadoras das mudanças necessárias na formação dos profissionais de saúde, pois a superação das ideias hegemônicas é um caminho longo e árduo, mas também terreno fértil na geração de ideias e atores na construção da atenção primária.