Portal de Conferências do Laboratório de Tecnologias Intelectuais - LTi, III Congresso Nordeste de Medicina de Família e Comunidade

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Tele-Eletrocardiograma como ferramenta de apoio diagnóstico na Estratégia de Saúde da Família em Pernambuco
Camila Sabino dos Santos Bezerra, Mariana Boulitreau Siqueira Campos Barros, Tatiana de Paula Santana da Silva, Danilo Farias Soares da Silva, Magdala de Araújo Novaes

Última alteração: 2014-08-15

Resumo


Introdução: Segundo a OMS, “a Telessaúde corresponde à provisão de serviços associados aos cuidados com a saúde, nos casos em que a distância é um fator crítico”. O Tele-Eletrocardiograma (Tele-ECG) é uma importante ferramenta de suporte à decisão clínica, especialmente nos portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica, visto que o Ministério da Saúde recomenda a avaliação eletrocardiográfica desses pacientes. Contudo, por demandar o laudo de um especialista, o ECG não está presente na Estratégia de Saúde da Família (eSF). Desta forma, a oferta do serviço de tele-ECG na eSF amplia o acesso a cuidados qualificados à população. Objetivo: Apresentar os indicadores do serviço de Tele-ECG no Estado de Pernambuco provido pela Rede de Núcleos de Telessaúde (RedeNUTES). Método: Trata-se de um estudo exploratório com abordagem quantitativa dos indicadores de Tele-ECG. Os dados apresentados correspondem ao período de novembro de 2013 a março de 2014 nos municípios de Olinda, Arcoverde e Serrita. Resultados: Com relação à implantação do serviço, Olinda disponibilizou-o na Unidade de Saúde da Família (USF), enquanto em Serrita e Arcoverde foi disponibilizado na Unidade Hospitalar e em um centro de diagnóstico como referência às USFs. Foram realizados 294 ECGs, resultando numa média de 58,8 ECGs/mês com tempo médio de resposta é de 5,0 dias e desvio padrão de 4,5 dias. Deste total, 161 laudos foram conclusivos (54,8%) e 133 sugeridos para repetição por apresentarem interferências. Com relação ao município solicitante, 107 foram solicitados por Olinda (66,5%), 49 por Arcoverde (30,4%) e somente 4 por Serrita (2,5%). Conclusão: Apesar dos benefícios do tele-ECG, a utilização do serviço variou significativamente entre os municípios, indicando que a disponibilização do serviço não é suficiente para a incorporação do mesmo na rotina das unidades. Há uma alta taxa de exames “inadequados” devido à interferência e acredita-se que esses índices podem ser melhorados a partir de treinamentos com os profissionais envolvidos na coleta dos sinais, para que os mesmos avaliem a qualidade do exame, evitando o envio de ECGs inadequados, provendo agilidade e reduzindo esforços. Apesar de conter dados de um período reduzido, entendemos que nossa experiência será de grande valia a outros centros que pretendam disponibilizar serviços de tele-ECG.