Portal de Conferências do Laboratório de Tecnologias Intelectuais - LTi, III Congresso Nordeste de Medicina de Família e Comunidade

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Lidando com patologias incapacitantes: Aptidões particulares desenvolvidas por brasileiros do interior da Bahia que os mantêm otimistas
Silvia Fernanda Matos Bastos, Milena Nogueira Azevedo, Kênya Lima de Araújo, Gabriela Mota de Oliveira

##manager.scheduler.building##: Hotel Pestana Bahia
##manager.scheduler.room##: Miguel Torga
Data: 2014-09-12 02:00  – 03:20
Última alteração: 2014-09-16

Resumo


Durante o trabalho de atuação da equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) no município de Serrinha-BA casos de pacientes com patologias raras e degenerativas tiveram o cuidado partilhado entre Equipe de Saúde da Família e Equipe NASF. Ao identificar o problema das possibilidades terapêuticas limitadas que comprometem a atuação desses profissionais, a psicóloga do NASF investiu em uma mudança de foco do processo saúde-doença para potencialidades dos indivíduos – acrescentando ao processo de trabalho, um novo modo de cuidar. Tal mudança consistiu em estabelecer um processo dialógico com os pacientes, registrado através de gravações de áudio e escritos e posterior análise e edição do material obtido sob a forma de narrativas, com base no modelo trazido pelo autor David Denborough. Isso culminou na narrativa intitulada “Lidando com patologias incapacitantes: Aptidões particulares desenvolvidas por brasileiros do interior da Bahia que os mantêm otimistas”. Foram participantes: um homem de 38 anos portador de Dermatomiosite, uma mulher de 32 anos que vive com síndrome de Ehlers-Danlos e outra mulher de 28 anos portadora da doença de Devic. Uma dificuldade encontrada foi a instabilidade sintomática dos quadros, que por vezes impediu os pacientes de estabelecer diálogo. Esse trabalho resultou na reconstrução da imagem do paciente, que passou a ser visto como portador de talentos e habilidades para a família, o seu meio social e os profissionais, estes deixaram de realizar suas intervenções exclusivamente abordando a temática da doença e seu tratamento. Contrariando alguns prognósticos da bibliográfica médica, a evolução das situações de saúde mostraram-se predominantemente favoráveis, em cada participante. Pôde-se perceber a preservação do equilíbrio emocional e a realização de objetivos pessoais alcançados apesar das limitações impostas pelas doenças. Recomenda-se a utilização das narrativas coletivas no trabalho com pacientes portadores de doenças degenerativas, afim de que a práxis multiprofissional seja também interdisciplinar tendo o reconhecimento das estratégias de superação do indivíduo como eixo transversal do processo. Assim, espera-se que pacientes e cuidadores percebam a evolução dos casos pautados também pela preservação e/ou melhora do estado emocional dos sujeitos – favorecendo o entusiasmo de pacientes, profissionais e familiares, já que o tratamento de doenças degenerativas tende a desmotivar os atores.