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INFORMAÇÃO E MEMÓRIA ARQUIVÍSTICA: O CUSTODIALISMO E OUTRAS DISCUSSÕES PARADIGMÁTICAS
Valéria Silva Santos, Marcos Galindo Lima, Sandra Verríssimo Soares

Última alteração: 2015-12-18

Resumo


Este artigo descreve a realidade da guarda memorial arquivística como prática social construída e as ressignificações culturais, dessa realidade, no tempo e no espaço da produção do conhecimento a contemporâneo. Descreve, contudo, o pensamento hegemônico da Modernidade na organização do conhecimento enfocando-o como motor do saber científico que ainda hoje traceja cultura de práxis, episteme e ontologia na preservação memorial mesmo diante de novas concepções, como a de memória disposta em rede de interoperação e colaboração. Esse estudo tem por objetivos qualificar recortes de práticas de custódia memorial, identificando permanências que podem levar esquecimento aos estoques arquivísticos memoriais e explora a concepção da estratégia de guarda – ao modo pós-custodial – Rede Memorial Pernambuco (RMP). A análise de conteúdo foi o método adotado para dar sentido ao significado dos dados, que ancorados na abordagem sociocognitiva, contemplando a complexidade da realidade da guarda memorial arquivística. Os instrumentos ataram os nós do método, para atender aos propostos como objetivos por meio de revisão bibliográfica interdisciplinar, documentação não verbal midiática e institucional e fragmentos de entrevistas não estruturadas. Os resultados apontam concomitante às parcimoniosas políticas públicas, às práticas arquivísticas custodialistas como dinâmicas sociais ainda em curso, mas com transito com estratégias de inovação técnica e lógica de preservação memorial da RMP. Considera-se que o Estado como “gestor maior” da memória, ausenta-se, apesar das ações descritas. Reflete-se ainda que não é senso comum a valoração da memória como bem patrimonial, nem tão pouco é a guarda ao modo pós-custodial como modelo adotado. A realidade, assim, expõe-se complexa à medida que se presencia o custodialismo como prática social, mas também há as articulações da RMP que, por meio dos princípios norteadores, operam estrategicamente na preservação memorial arquivística, como expertise de mudança cultural.

Palavras-chave: Guarda memorial arquivística. Pós-custodialismo. Preservação Digital. Rede Memorial Pernambuco (RMP).


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