A pesquisa abordou a interoperabilidade semântica com foco nos processos dinâmicos de compartilhamento de significados e geração de consensos, que antecedem a formalização dos SOCs mediante estruturas conceituais explicitamente formalizadas. Buscou-se compreender a consolidação dos consensos nas comunidades científicas para se entender empiricamente como a interoperabilidade semântica pode se efetivar. A metodologia fundamentou-se na integração teórica e metodológica entre a Análise de Conteúdo, a Análise de Consenso, a Análise de Redes Sociais e a Teoria dos Interpretantes, presente na Semiótica peirciana. Investigou-se em âmbito internacional o comportamento das redes de colaboração científica e das redes semânticas que emergem na área de Bioética a partir da análise de três esferas, enquanto potenciais fontes de dados: A) periódicos científicos; B) eventos científicos e C) espaços sociais semânticos (Academia.edu e Research Gate). Essas esferas constituíram cenários pertinentes ao estudo da sobreposição de garantias e observação das dinâmicas de evolução dos conceitos rumo à formação de consensos. Foram identificados padrões estruturais que evidenciam os processos de formação desses pactos semânticos. Concluiu-se que o monitoramento das instâncias geradoras desses pactos apresenta-se como condição fundamental para a interoperabilidade semântica.