Portal de Conferências do Laboratório de Tecnologias Intelectuais - LTi, XVII Encontro Estadual de História

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CRIANÇAS INGÊNUAS DA FREGUESIA DE SANTA RITA: HISTORIOGRAFIA, FONTES E METODOLOGIA
Giuseppe Emmanuel Lyra Filho

Última alteração: 2016-12-19

Resumo


Esta comunicação pretende apresentar resultados parciais de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida na iniciação científica, na qual se propõe pesquisar a situação de crianças ingênuas na freguesia da cidade de Santa Rita no contexto da desarticulação do sistema escravista no Brasil, na década de 1870. Para tanto, tendo como aporte teórico História Social, será analisado as mudanças historiográficas sobre o tema da escravidão, desde Gilberto Freyre, passando pela influência dos estudos sobre o mundo dos escravos, destacando as obras dos estadunidenses  Genovese e Gutman, e chegando até as novas tendências da historiografia brasileira, em especial a paraibana, principalmente os novos estudos de História Social,  produzidos a partir da década de 1980. Ademais, as fontes primárias, a exemplo dos relatórios de presidente de província, jornais e, sobretudo, os assentos de batismos, que comporão o estudo serão problematizadas com base nos estudos históricos. No caso das atas batismais das crianças ingênuas, identificamos a inexistência de um padrão de registro e até mesmo o descumprimento da lei 2040 de 1871 que garantia a liberdade das crianças nascidas do “ventre cativo”.Posteriormente, analisaremos a participação histórica das crianças ingênuas na cena histórica, buscando elaborar seu perfil dessas crianças, como a frequência de batismo, composição sexual, etária e racial, assim como mostrar a complexidade social do final do Brasil imperial, as redes de sociabilidade de determinado grupo e os arranjos familiares, levando em consideração, principalmente, as relações de compadrio. Cabe salientar que este estudo faz parte de um projeto maior, intitulado Gente negra no Nordeste oitocentista: arranjos familiares e redes de sociabilidade e tem como proposta investigar as vivências das pessoas negras do Oitocentos, observando as hierarquias sociorraciais, as relações de poder e as estratégias de resistência construídas por esses sujeitos sociais que viveram Oitocentos, propiciando um alargamento da compreensão das experiências sociais de pessoas comuns e extraordinárias na sociedade escravista.


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