Portal de Conferências do Laboratório de Tecnologias Intelectuais - LTi, XVII Encontro Estadual de História

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De Américas e Áfricas se faz o Atlântico negro: as narrativas de Che Guevara, Paulo Freire e Abdias Nascimento (1965-1981).
Elio Chaves Flores

Última alteração: 2016-12-19

Resumo


O trabalho visa analisar as narrativas sobre o colonialismo a partir de intelectuais do século XX que, de uma forma ou de outra, discutiram as questões raciais e contribuíram para o combate ao racismo e ao processo de descolonização do continente africano. Trata-se de perceber como as africanidades, independente da pertença racial, nos dois lados do Atlântico, se expressaram em termos de filosofia da cultura e de uma determinada cultura histórica. Para isso, escolheu-se o aporte metodológico nas narrativas de Che Guevara, Paulo Freire e Abdias Nascimento. Nosso referencial é que eles, que vivenciaram experiências exemplares na África (com seus testemunhos narrados), pensaram as lutas contra o colonialismo no dramático processo de descolonização sem que se vislumbrasse o fim do racismo.  As fontes escolhidas foram o diário Passagens da guerra revolucionária: Congo (1965-66), do argentino Ernesto Che Guevara; as missivas Cartas a Guiné-Bissau (1975-77), do educador brasileiro Paulo Freire; e, o livro-denúncia Sitiado em Lagos (1977-81), do ativista negro Abdias Nascimento. Parte-se da hipótese de que essas narrativas sobre o colonialismo e as experiências africanistas são constitutivas das respectivas culturas históricas de seus autores que atuaram como intelectuais antirracistas. A perspectiva da historiografia comparada permite que se confrontem as narrativas dos autores em relação ao racismo, à revolução e ao processo de descolonização do continente africano em curso. Os testemunhos narrados de Che Guevara (diário), Paulo Freire (cartas) e Abdias Nascimento (memória) são pensados, portanto, na dimensão nos estudos culturais comparativos do mundo atlântico contemporâneo.


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