Portal de Conferências do Laboratório de Tecnologias Intelectuais - LTi, XVII Encontro Estadual de História

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POR OUTROS ESPAÇOS DO CANGAÇO: O CANGACEIRO CHICO PEREIRA E A CONSTRUÇÃO DE UMA “MEMÓRIA MALDITA” (1924-1928)
Guerhansberger Tayllow Augusto Sarmento

Última alteração: 2016-12-19

Resumo


Este trabalho objetiva problematizar a construção de uma “memória maldita” para o cangaceiro paraibano Francisco Pereira Dantas, mais conhecido por Chico Pereira, produzida pelos discursos oficiais jornalísticos e dos processos criminais, percebendo os múltiplos interesses que decodificaram e fomentaram uma memória “negativada” para o corpo desse personagem. Francisco Pereira Dantas, nascido por volta dos idos de 1900, na fazenda Jacú, no distrito de Nazareth (hoje município de Nazarezinho, Paraíba) entrou para o cangaço depois que o seu pai fora assassinado por adversários políticos da região de Sousa, deste mesmo estado. Durante os anos de 1924-1928, liderou um grupo de cangaceiros e os seus rastros eram perseguidos e (mal)ditos, sobretudo pelos jornais. Desta forma, pretendo investigar outros espaços do cangaço que foge das “trilhas tradicionais” inventadas e ressignificadas pela oralidade, mídia e escrita da história através da marcha do “Rei do Cangaço” e de seu afamado grupo. Os pesquisadores dessa temática centraram suas preocupações em Lampião, proporcionando que sujeitos como Chico Pereira ficassem em segundo plano, silenciados ou esquecidos; e fazendo com que o cangaço se automatizasse em Lampião e suas andanças. Portanto, proponho pensar outros espaços do cangaço, a partir da construção memorialista de Chico Pereira, analisando as subjetividades discursivas que cartografaram e fabricaram o lugar do “maldito” para esse cangaceiro.

Palavras-chave: Cangaço; Chico Pereira; Espaço; Memória.


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