Portal de Conferências do Laboratório de Tecnologias Intelectuais - LTi, XVII Encontro Estadual de História

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O FILME, O LIVRO E A DANÇA
Sheyla Almeida Santos

Última alteração: 2016-12-19

Resumo


Este artigo procura  estabelecer uma reflexão analítica entre um filme, um livro e uma dança, que traz a temática negra do ponto de vista intercultural presente na memória social e cultural das produções literárias, cinematográficas e da dança. Nesse sentido, entendemos que no filme o maior protagonista é o tempo, o livro preenche a narrativa de sua historia com o cotidiano de uma mulher negra, pobre, mãe, escritora e favelada, e, uma dança em que seu universo só pode ser pensado a partir de uma vida, e de uma vida que encontra a sua conexão com o mundo das coisas no ato de dançar. Portanto, o nosso objetivo é compreender como as narrativas das memórias expressam os conteúdos da memória individual e coletiva dos diferentes personagens em diferentes tempos e espaços dessas três produções. Entendemos que o tempo marca e delimita o encontro dos diversos personagens com quem são. Em As filhas do vento, percebe-se o divisor de gerações; são nas memórias escritas que Carolina, documenta o tempo ao seu redor, e, na transmissão do ritmo, passos e melodias que as Irmãs Lopes trabalham a memória cultural. Como se no interior de cada discurso, ou num tempo anterior a ele, se pudesse encontrar, intocada, a verdade. Analisar o discurso seria dar conta exatamente disso: de relações históricas, de práticas muito concretas, que estão vivas nos discursos. A memória cultural é composta por “heranças simbólicas” substanciadas em textos, monumentos, ritos, celebrações, objetos, escrituras sagradas e outros elementos que acionam conteúdos associados ao que passou. É a memória quem nos permite formar uma composição narrativa do passado e, por meio desta, chegar a uma composição e uma identidade de nós mesmos, um discurso de quem somos nós.

Palavras-chave: memória cultural, cotidiano, discurso


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