Última alteração: 2016-12-19
Resumo
Passados alguns anos desde que a Sedição de Princesa foi levada a termo, a acusação do coronel José Pereira ainda estava em curso no Supremo Tribunal Federal, mas não foi esse o caso que mais ameaçou a sua liberdade. Um homicídio na pacata vila de Desterro, comarca de Patos, ocorrido por ocasião do Território Livre de Princesa, foi razão de um processo que teve o referido senhor como réu, oportunidade da qual os magistrados do Superior Tribunal de Justiça, na Capital, se valeram para reafirmar a sua culpa e retomar o valor simbólico que os acontecimentos de 1930 deram ao regime político em questão. A Guerra de Princesa havia sido o maior rompante do coronelismo e como tal anunciou a decadência desse regime político. O objetivo desse texto é discorrer a relação dos coronéis com a população camponesa nesse cenário de mudanças políticas, que eclodiu com os desmandos de um chefe político em tudo singular, José Pereira Lima, e só voltou a se acomodar quando a seca de 1932 deu um argumento ao Ministro de Viação e Obras Públicas, José Américo de Almeida, para retomar as relações do poder público com esses líderes políticos municipais. Para tanto foram usados os processos criminais transcritos na seção Jurisprudência da Revista do Fôro. Os resultados alcançados esbarraram com a formação de um novo pacto oligárquico, que persistiria enquanto política de governo para as três décadas subsequentes.
Palavras-chave: Coronelismo; Sedição de Princesa; Seca de 1932.