Portal de Conferências do Laboratório de Tecnologias Intelectuais - LTi, XVII Encontro Estadual de História

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DE PAI PARA FILHO: “O MAIOR SÃO JOÃO DO MUNDO” ENQUANTO PALCO POLÍTICO DA FAMÍLIA CUNHA LIMA (1988)
Lucas Tadeu Borges Viana

Última alteração: 2016-12-19

Resumo


Política e festas mantêm sempre relações de estreita e profunda afinidade. Neste sentido, observamos que diversas são as formas utilizadas pelos governantes para seduzir os eleitores e governados na busca do voto, da legitimidade e continuidade política. Estas são construídas através das chamadas estratégias de marketing político, que utilizam os festejos como um de seus veículos mais eficazes e poderosos, através da qual os atores políticos fazem seus discursos e “apelos” aos eleitores, buscando angariar simpatia e pondo sua popularidade e carisma pessoal à prova, em busca de maior visibilidade que possam resultar em votos na hora do pleito eleitoral. Este artigo tem a pretensão de analisar como através do uso e abuso do espaço festa popular, especialmente o “Maior São João do Mundo”, o político Ronaldo José da Cunha Lima (criador do parque do povo, lugar onde acontece a festa) lança seu filho, o então deputado Constituinte, Cassio Rodrigues da Cunha Lima, para sua sucessão na administração municipal de Campina Grande no ano de 1988, bem como toda teatralização que permeia o momento estudado. A pesquisa se debruçou sobre a análise, pormenorizada, dos principais jornais da cidade na época em questão (Jornal da Paraíba e Diário da Borborema) na expectativa de promover sustentação documental ao trabalho. No que concerne ao arcabouço teórico buscaremos dialogar com outras ciências; utilizaremos autores da área antropológica política como Georges Balandier, o historiador Edward Palmer Thompson, trabalhando a partir dos conceitos de teatro do poder e hegemonia cultural, e a antropóloga Elizabeth Cristina de Andrade Lima a fim de compreendermos como grupos políticos utilizam a simbologia da festa e da teatrocracia, tais como comícios e festas, para sua consolidação e legitimação política e se tornam, deste modo, mitos de popularidade em seus redutos eleitorais e, ao mesmo tempo, representantes de projetos de classes dominantes diretamente ligados e favorecidos com a ascensão dos postulantes em questão ao poder

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