Portal de Conferências do Laboratório de Tecnologias Intelectuais - LTi, XVII Encontro Estadual de História

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TRADIÇÃO E POLÍTICA NA PARAÍBA DA PRIMEIRA REPÚBLICA: ANTÔNIO PESSOA E A POLÍTICA LOCAL EM UMBUZEIRO E REGIÃO (1890-1905)
Iordan Queiroz Gomes

Última alteração: 2016-12-19

Resumo


O presente artigo pretende analisar o sistema político da Primeira República, especialmente, fazendo-nos pensar, a priori, sobre a importância do município dentro desse sistema e, mais, sobre o papel desempenhado pelo coronelismo na configuração da prática política na Paraíba do período. Ao nosso ver, tratam-se de questões que nos abrem chaves de leituras para entender a criação, legitimação da tradição familiar Pessoa e das estratégias de manutenção do poder político da família entre 1900 e 1930, abrindo caminhos para pensar o uso dos mecanismos simbólicos para promoção e solidificação do poder político na Paraíba da Era das Oligarquias.  Seguindo este caminho, abrimos uma “primeira passagem” para se entender o papel do coronel, em nosso caso, do coronel Antônio da Silva Pessoa, na criação, defesa e legitimação do "prestígio" político e da tradição familiar "Pessôa" na região, preocupação maior no capítulo que se esboça. A propósito deste aspecto, uma “nota” pode se revelar esclarecedora. Ocorre que dentro diante do (re)conhecimento dos personagens que figuraram na base de apoio político a Epitácio Pessoa na Paraíba, resta-nos poucas referências historiográficas que identificam o papel de Antônio da Silva Pessoa e por extensão da ascendência familiar Silva Pessoa de Umbuzeiro dentro da hierarquia política, do escalão de lideranças da oligarquia epitacista, notadamente na “rede de base familiar” e no “grupo de base famíliar”. Essa constatação, quando se verifica a importância dos líderes locais, especialmente os familiares diretos na composição das oligarquias regionais, coloca-nos diante da tarefa de seguir seus passos na tentativa de reconhecer tais lugares, com o propósito de pensar como, a partir do local, se criou uma tradição familiar cuja defesa e estratégias de manutenção colaborou para projeção política de seus líderes.  Colocado noutros termos, a tarefa consiste em desvelar uma ordem de problemas que ainda não foram suficientemente trabalhados pela historiografia especializada sobre o tema. Assim, de um lado tentar entender as razões da ação política de determinados membros do grupo chefiado por Epitácio Pessoa, bem como desvelar os interesses que residem sob a retórica que fundamentou a prática política desses lideres (familiares) em Umbuzeiro. De outro, pretende ainda analisar as filiações sociais, políticas e econômicas, que permite-nos identificar o status assumido e transmitido por um quadro geracional no curso do tempo, de modo a traduzi-lo na forma de um prestígio, oriundo de uma tradição familiar que deveria ser mantida e preservada.

Palavras-chave: Coronelismo. Tradição. Cultura Política.


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